quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Havia alegria...

Havia alegria na noite de ontem. Alegria foi o maior presente deixado por Marta a um pequeno grupo de homens, mulheres e crianças, que foram assistir a um racha comum de uma segunda-feira qualquer na Escolinha de Futebol Chuts. A melhor jogadora de futebol de todos os tempos chegou de surpresa e provocou sorrisos instantâneos e fixos em meninos de 4 a 70 anos.
Ela fez mais que sorrir. Quando souberam que iriam jogar com Marta, aqueles homens descobriram que iriam sonhar. Sabiam que ao acordar iriam se perguntar: é sério, eu joguei com ela?
O jogo de segunda-feira à noite é composto por 12 a 16 homens, que se reúnem para bater uma bolinha entre amigos com um pré-requisito: não estar em forma. O racha dura uma hora e todos saem destruídos fisicamente, pelo peso do corpo, da mente e das exigências diárias. Público médio: duas esposas.
Na noite da segunda-feira, o jogo dur
ou duas horas, com amigos, primos, pais, mães, tios, tias. Todos encantados, nada cansados. Seria capaz de dizer que todos jogaram melhor. O goleiro fez o jogo da vida. Houve quem reclamasse do passe da Marta. Ela até perdeu um pênalti.
No campo, brincando como gosta, Marta foi rainha como sempre. Futebol que raramente dá pra ver em outro jogador pela televisão. Dizer que ela fez o que quis é redundante. Ela foi mais, ela foi generosa. Receber um passe era fantástico. Comemorar o gol então!!! A vontade era de assistir. E todos os presentes jamais vão esquecer a noite de ontem.
No sonho mágico com uma rainha simples, de chuteiras, sem caneleira, existia alegria até em levar um toco, um pisão no pé. Tem gente que mancou no dia seguinte só pra contar que jogou, bateu foto e conversou com aquela menina alagoana.
E eu reforço, sorrisos soltos, confraternização... o melhor presente que Marta deu foi a alegria, algo que muda o sentido de qualquer coisa que se faça na vida. Obrigado, Rainha!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Carta do Atlântico

Mana, tudo bem comigo sim. Casado, e Lídia a esperar uma menina, que vai se chamar Stella. Agora não precisarei mais olhar pro céu para ver a minha estrela. Quem sabe não será ela a guia que sempre procurei. Mainha está bem, Emilly tenta se recuperar de uma doença, mas vai dar tudo certo. Ela também está casada.
Cronus devora seus filhos sim. A mim engoliu mais rápido. Vivo vagando pela garganta de meu pai, na esperança de que alguém rasgue sua barriga e assim liberar o caminho de volta. Creio que ficarei mais jovem depois dos 30 (risos). Minha vida está nova, sofro o impacto dos novos ventos. São fortes, parecem me abraçar. Gosto de ouvi-los do canto da sala. São uivantes, mas me acalmam ou talvez me paralisem. O fato é que eles fazem parte do meu caminho de estrelas.
Fico muito feliz em saber que continuas produtiva em Portugal (espero que feliz). Desejo muito poder te visitar daqui a uns tempos. Atlas há de me ajudar. Não li a matéria, mas vou procurar. Minhas saudades por ti também são grandes e sempre te guardo com muito carinho num canto reservado a eternos amigos. Abraços, Wendel

domingo, 10 de julho de 2011

Todos juntos

Hoje é um dia em que quero todos que gosto junto de mim. Diz a música que quando o homem está em paz não quer guerra com ninguém. Pois este sentimento é o que me invade. Não há mágoa, não há diferenças, tudo é lindo. Eu vou ser papai. Lídia está lindamente grávida e a felicidade é algo tão tranquilo, tão simples e é tão bom ver todos tão felizes também.
Eu penso em alegria, em encantamento, eu penso em todos comemorando comigo. Eu penso na minha responsabilidade, mas também em deixar tudo fluir como o rio corre naturalmente. Eu penso em perdoar, não quero nada de ruim perto de mim. Eu penso em proteção, mas penso também em liberdade.
Nada me deixa mais feliz do que saber que virá de alguém que amo, com apoio daqueles que eu amo, com amigos próximos e distantes que amo muito.
Meu mundo fantástico
Talvez quem leia não me entenda em ver um mundo tão puro, perfeito e simples. Mas talvez diversas pessoas venham a me entender que é exatamente assim que me sinto. Querendo fazer tudo certo. Doar-me ao máximo. Já temos o primeiro presente para o bebê, a roupinha verde (do Palmeiras) do tio André, que vai tentar de tudo para transformá-lo em flameguista. Mas conto com o apoio de uma dupla de palmeirenses porretas, Gustavo e Giovani.
Sou feliz por ter meu pai feliz, minha mãe perdidamente contente, os pais de Lídia emocionados a ponto de querer se esconder, o irmão dela, André, andando para lá e para cá de eufórico...
Não é um final feliz, mas um começo fantasticamente feliz e quem quiser trazer e compartilhar mais felicidade, sinta-se convidado.

terça-feira, 5 de julho de 2011

O Estado e a nossa expectativa de vida

Qual a lógica do Estado? Sem me prender a teóricos e tratando de forma bem superficial, a ideia é mais ou menos a seguinte: eu faço um acordo com todos que nascem ou moram no mesmo lugar para que alguém organize tudo. A isso se chama pacto social. Mas por que eu faço isso? Por que eu abro mão do poder de decidir sobre o que eu posso fazer e prefiro 'financiar' alguém para fazê-lo por mim?
O assunto é um pouco chato, embora algo tão presente em cada ato e ao mesmo tempo tão esquecido. No segundo filme da série Matrix, quando Neo chega à 'mecânica' do mundo real, surge a frase: "(...) na sociedade, ninguém quer saber como funcionam as coisas, desde que elas funcionem".
Nossa ignorância política nos sugere que não precisamos saber a lógica do Estado e os porquês de cada coisa desde que tenhamos comida na mesa, dinheiro pra o que quisermos e coisa e tal.
A longa trajetória da sociedade nos trouxe até aqui, com separação dos poderes, altos impostos e o caramba. Mas - novamente - por que p... temos o Estado?
Dizem os historiadores que o Estado nasceu primitivamente porque ninguém aguentava mais perder noites de sono para ter que defender sua comida, não ter sua 'caverna' tomada a força, suas esposas e filhos assassinados ou violentados. O estresse era tão grande que nossa expectativa de vida era de apenas 25 anos.
Então eu junto todo mundo, faço um acordo para que ninguém ataque mais ninguém (crio regras), passo a cerca no lugar de cada um (crio a propriedade) e crio uma comissão para vigiar e punir quem desobedecer e oferecer uma ameaça a quem fez o acordo (crio a polícia, ou melhor eu crio o Estado).
Chego então a minha simplista conclusão: nós temos o Estado para ele nos proteger de nós mesmos. O Estado existe para controlar. O princípio imediato do Estado é a segurança pública. E quando nós chegamos cinco mil anos depois e temos o índice de violência que temos, a quantidade de roubos e assaltos que testemunhamos... vemos que falhamos na função mais primitiva do nosso pacto, do nosso acordo. Não temos proteção para nossas vidas, propriedade, nossa sobrevivência. Não temos paz. Segurança é mais importante que saúde e educação, no conceito de Estado. Porque sem termos quem nos garanta o direitos de sentir-se em paz - motivo inicial de nos juntarmos - não temos escolas abertas, não temos postos de saúde sem serem assaltados mais de dez vezes por ano... Precisamos de paz, precisamos de Estado ou então teremos nossa expectativa de vida de volta para os 25 anos. Sem controle, como no tráfico de grogas, a expectativa de vida é de 20 anos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Faça amor, não faça guerra

Que foto sensacional, de Richard Lamm. O fotógrafo canadense nem acreditou que esse casal estava se beijando durante o caótico protesto da torcida do Vancouver, na semana passada.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

As crises e a grama do vizinho

Ultimamente, a pergunta aparece de forma constante entre os alagoanos: qual a diferença entre a crise de 1997 e esta de 2011 no governo de Alagoas?
Eu até incluiria uma crise em 2007, com greves de três, quatro meses. Servidores, classificados em categorias, estão insatisfeitos com a política salarial do Executivo.
Nas duas últimas, o cenário de greve, a dificuldade de diálogo e reajustes abaixo do que é aplicado nacionalmente. Há 14 anos, nem salários chegavam aos servidores.
Com um histórico tão terrível em pouco mais de uma década e com a pública intenção de uma política de reajuste automático para servidores que há muitos anos nem aumento tiveram, é fácil perguntar o por quê da insatisfação.
Em "O Espírito da Igualdade", os ingleses Richard Wilkinson e Kate Pickett afirmam que são as desigualdades sociais, e não a pobreza em si, que mais contribuem para os problemas sociais. Em paralelo poderíamos dizer que não é o reajuste insatisfatório que tem trazido a crise ao governo Teotonio Vilela Filho, mas as disparidades nas políticas aplicadas na esfera do Executivo e também nos dois outros poderes.
O que acende a fogueira da crise, mais até do que um uso político de algumas categorias de servidores, é o reajuste aplicado aos salários dos deputados, dos secretários estaduais, dos dirigentes diretos.
Também é um sinal dessa desigualdade quando uma lei delegada é solicitada para aumentar os cargos de comissão e se evita a realização de concurso público. Afloram-se as indignações quando esta lei intensifica a distância entre funcionários comissionados e os efetivos, quando as oportunidades são reduzidas a grupos internos, que geralmente participam de campanhas eleitorais.
Em comparação com subsídios de outros estados, os policiais, os professores, os bombeiros não ganham de forma tão desigual. No entanto, quando os secretários dobram os vencimentos, quando os parlamentares também o fazem, a população 'espera' que a mesma justiça social seja aplicada aos agentes públicos efetivos.
Não acho injusto um deputado estadual ganhar R$ 20 mil nem um secretário ganhar R$ 15 mil. Ao contrário, os salários deveriam variar por este patamar. O custo de vida, a responsabilidade e, principalmente, a realidade de salários de profissionais competentes no mercado sugerem que a contratação desses servidores seja bem remunerada.
O que constrange é oferecer 5,9% em duas parcelas para todos os outros, multiplicando a desigualdade social e até humilhando outros profissionais que se prepararam tanto ou mais do que dirigentes escolhidos por amizade ou acordos. Um professor ganhar pouco mais de R$ 1 mil por mês é onde mora o absurdo, assim como técnicos "carregadores de piano" receberem pouco mais de um salário mínimo.
Retornando aos ingleses Wilkinson e Pickett, o mal-estar aparece quando se olha para grama do vizinho, quando se vê o custo de vida crescer mais rápido do que os próprios salários. O compromisso por melhores subsídios tem que ser evidenciado em políticas claras, inclusive na de comunicação. Classificar a posição de servidores como de 'coitadinhos', gargalhar em momentos sérios, pagar altos valores em consultoria, mostrar ineficiência em ações emergenciais...tudo isso só inflama as revoltas.
A oposição já mostrou em números que o Orçamento foi forçado para baixo exatamente para impedir um reajuste maior. Quando a arrecadação nacional cresce 18% em um só mês, o Estado prevê queda na receita. Essa filosofia não contribui para o bem-estar da sociedade.
Então, quando se faz a pergunta de qual o tamanho da distância das crises de 1997 e de 2011, eu acredito que está na sensação de engano. Em 1997, o que falava alto era a fome. Eram as dívidas. Todos lutavam pela sobrevivência. Em 14 anos, a política estadual é mais responsável, mas não demonstra 'esforço' em dar condições menos desiguais aos servidores.
A solução está em discutir um plano de reajustes mais generosos ao longo dos próximos quatro anos, no compromisso de substituir gradativamente a maioria dos cargos de comissão por concursados, de ocupar cada vez os cargos comissionados com os próprios efetivos - ou seja, de acabar com a política de privilegiados, já que a 'grama mais verde do vizinho incomoda muita gente'.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Rodrigo Diniz é irmão de Dick Watson

Hoje na novela Insensato Coração o personagem de Antônio Fagundes contrata um "cantor" famoso, em substituição a Skank e a uma atração internacional. O nome dele? O nome do cantor é Rodrigo Diniz. Não reconheci quem era este cantor, Lídia ao meu lado fazia a mesma cara de dúvida. Só que não levamos isso mais a fundo. Quando entrei no Twitter agora há pouco, percebi que o nome "Rodrigo Diniz" está nos trends.
Quem é Rodrigo Diniz?
Simplesmente Rodrigo Diniz não existe. Foi o que no Twitter chamaram de 'Trollar'. Foi implantado. É impressionante o poder da televisão e de modo mais claro o da novela brasileira. Melhor, o do horário nobre. Se o autor fosse lançar alguém.... estava lançada com um certo impacto.
Lembro ainda de uma vez no início do meu estágio de jornalismo, quando eu não podia aparecer na televisão por questões trabalhísticas. Numa reunião na Federação Alagoana de Futebol, eu apareci nas imagens de apoio (aquelas que surgem quando o repórter está narrando), ao sair a reportagem recebi diversas ligações falando que tinham me visto.
O fato foi marcante porque não era meu primeiro estágio e recordei de um amigo ter me perguntado se eu era mesmo jornalista, uma vez que nunca tinha me visto na tv.
Mas voltando ao assunto de trollar, assisti novamente um filme divertidíssimo, O filho da Noiva, do argentino Juan José Campanella. Nele, uma das personagens sentencia: "Você não é um Dick Watson". Essa alusão é repetida muitas vezes na película de forma muito engraçada, o que leva todo mundo a procurar no Google imediatamente 'quem é Dick Watson'.
Em uma buscas, uma brasileira disse que matou a charada no fim do letreiro: Dick Watson era um ator pornô. Meu instinto de jornalista foi o de ir até o fim do letreiro e conferir. Não havia nenhuma informação como esta. Não sei se dá para tirar a confiança completamente desta informação, já que a experiência pede para conferir, mas pede também para não descartar.
O que eu posso fazer agora é participar da brincadeira e assegurar: Rodrigo Diniz, este cantor sensacional, é irmão de Dick Watson.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A dureza de não aplaudir



No fim do colégio, já aprovado no vestibular de Jornalismo na Ufal, fui escolhido para ser uma dos oradores da turma. Éramos três. No meio do auditório, vi a direção do colégio chamar duas orientadoras pedagógicas à frente.

A primeira eu aplaudi, a segunda não. Não fez muita diferença já que 90% dos presentes aplaudiam, principalmente por existir uma imensa turma de meninos participando de uma 'muvuca', tudo era algazarra.

Eu acho que escolhi o jornalismo por ser um 'crítico', ou por ser 'cri-cri' como constava na minha ficha escolar, redigida pela orientadora a qual eu não aplaudi, óbvio. O fato é que eu sempre a achei equivocada em sua atuação, inclusive ao me cadastrar como 'cri-cri', quando eu questionava o próprio colégio.

Não aplaudi! Fiz de caso pensado: "não daria meu aplauso a alguém que não merece".
A própria origem do aplauso já me daria razão. O mais antigo conceito que se sabe sobre a batida de palmas da mão é o grego. Ao assistirem a uma apresentação, os gregos batiam palmas para que os deuses prestassem atenção aos atores, músicos, autores... pediam que abençoassem quem fazia bem à arte.

Nos séculos seguintes quem iria ao teatro, aplaudia a quem julgasse ter feito um bom espetáculo; aplaudia de pé a quem fez um trabalho magnífico; e jogava tomate ou vaiava quem não fez nada que preste.

No auditório do colégio, depois das duas orientadoras vieram duas colegas bastante aplaudidas, inclusive por mim. Eu, em seguida, único homem que falaria, não recebi os aplausos da turma dos meninos, o que garantiu um aplauso tão 'chocho' que pareceu uma vaia. As meninas aplaudiam timidamente.

Garanto que doeu ter sentido a mesma ação a qual havia praticado segundos antes.
Sabia que não se tratava de um protesto contra mim, e sim de uma molecagem. Mesmo não sendo o que se chama de popular, não era a tradicional vítima de bullying no colégio.

Na hora, o fato me fez questionar se era deselegância da minha parte não ter aplaudido, se era injusto ou cruel... ou ainda se eu devia aplaudir para ser aplaudido.

Definitivamente não. Eu não seria aplaudido de qualquer maneira. E quem disse que é necessário ser aplaudido em todos os momentos da vida? Acho que devemos estar preparados para as críticas, inclusive as que vêm por vaias ou falta de palmas.

Aliás, defendo que temos que aplaudir menos. Ainda batemos palmas para muita gente que não merece para sermos 'educados'. Pode até doer, mas palmas só devem prestigiar quem nos agradou. E isso não deve ser levado como algo horrível ou pesado como muitas vezes é tratado.

Uma vez Caetano Veloso foi vaiado numa apresentação e respondeu assim: "não quero os aplausos de vocês. Vocês não entenderam meu trabalho". É petulante, mas é um posicionamento. Fedro afirmava desprezar os aplausos dos ignorantes. O ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva declarou que era preciso gostar tanto dos aplausos como das vaias.

No auditório, eu não me intimidei: agradeci a quem eu achava que construiu minha vitória naquele momento dando nomes aos bois; e critiquei dando nomes aos bois também. Deixei muitos revoltados e perplexos com minhas ácidas palavras. Certamente, uma bastante magoada.

Como jornalista, eu sei que se eu tivesse batido palmas estaria me sentindo péssimo hoje. Vejo que aplaudimos ainda muitos trabalhos ruins, cada um com seu motivo. Porém ao fazermos isso mantemos e até iludimos pessoas que não contribuem nem pra arte nem pra sociedade.

Reforço o valor dos aplausos que servem como crítica (v. Heine) e também não nego que nenhum ato é tão privado que não procure aplausos (v.Updike), mas prefiro a dureza de não aplaudir.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Macaco está certo



Artigo de Ruy Castro - Folha de São Paulo de 22/04/2011


Nesta terça-feira, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro concedeu habeas corpus a 40 policias civis e militares acusados de formação de quadrilha, peculato, corrupção passiva, comércio ilegal de armas de fogo, extorsão qualificada, associação com a milícia e outras atividades não regulamentares. Eles agora responderão a essas acusações em liberdade. Pior para a Operação Guilhotina, desfechad em fevereiro pela Polícia Federal para sanear o aparelho.
No mesmo dia, uma juíza, também do Rio, negou o pedido de prisão preventiva do pedreiro Luiz Carlos Oliveira, 50 anos, que confessou ter degolado, com um caco de garrafa, a universitária Mariana Gonçalves dos Santos, 21, dentro de uma escola em Campo Grande, no dia 7 de março. Em suas sentenças, lavradas em legalês arcaico, os juízes alegaram não ser necessário manter em prisão cautelar tanto os 40 policiais quanto o degolador.
Por coincidência, ainda nesse dia - um dia cheio - , e sempre no Rio, o Tribunal de Justiça negou o habeas corpus que permitiria ao chimpazé Jimmy, 27 anos, se mudar do zoo de Niterói, onde viveu numa jaula, para o Santuário dos Primatas, em Sorocaba (SP), onde seria mais feliz. O argumento foi o de que, embora compartilhe 99,4% do DNA humano, Jimmy não é gente, donde inabilitado para para beneficiar-se de um habeas corpus.
Enquanto isto, o ex-médico Roger Abdelmassih, 67, condenado a 278 anos de prisão por estupro e atentado violento ao pudor contra 60 mulheres em sua clínica em São Paulo e, naturalmente foragido, anuncia de alguma parte que sua mulher, de 32 anos, está grávida e que ele será pai de gêmeos.
Um antigo programa de TV de Jô Soares, "O Planeta dos Homens", tinha um bordão: "O macaco tá certo". Vide Jimmy. Interrompeu sua evolução na hora H para conservar o 0,6% de características que o distinguem dos humanos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Aos melancólicos, uma tristeza não recomendada

"Você pagou com traição a quem sempre te deu a mão"... verso de um samba famoso de Jorge Aragão é sempre cantado quando há uma desilusão com alguém o qual você dedicou seu tempo, sua força, sua amizade...
Hoje estou um pouco triste. Digo pouco porque minha desilusão é com alguém que me desilude há muito tempo. Digo pouco porque tenho ao meu lado muita gente leal e companheira. Mas sempre dói uma desilusão. E nem sei se é desilusão, já que não havia mais ilusão. Talvez, decepção. Não... não! O que seria então?
Talvez 'negação'. Aquela melancolia que dá quando você não aceita que as coisas sejam como são. Aquela tristeza fina, duradoura, que machuca como o dedão do pé doído, que na minha infância chamávamos de 'dedo desmentido'. Era aquele machucado que passava e voltava várias vezes, não havia fratura, mas incomodava.
Pois estou assim. Meio mole. Não queria me sentir 'esmagado' pelas situações de uma pessoa que se diz incansavelmente que é amiga, mas que ferquentemente me engana. Hoje, mais uma vez, me prometi que vou me afastar. Não queria. Além de gostar dela, gosto do que os anos construiu com ela. Só que vou pro buraco se não pular do carro. As avarias ainda são pequenas.
Recentemente, já me senti triste com outra pessoa, também amiga. Embora presente em todos os momentos, ou quase todos, ela 'só faz o que quer'. Não é absurdo 'só fazer o que quer'. Porém, tenho problemas em dizer 'não', já diria um amigo. Eu penso que se todos só fizerem o que se quer, a vida vira uma merda.
Sei que o relato que faço neste 'post' é uma chatice. Ninguém merece ler. Mas o blog é meu, tem a intenção de ser um canal para eu escrever o que eu penso, o que é raro em minha profissão... e principalmente, eu me sinto impelido a 'fazer o que eu quero'. É raro eu ser assim tão invasivo.
Tenho um sonho: uma casa de praia com a mulher que eu amo, tomando uma cervejinha pela manhã, dormindo e acordando pra tomar um vinho pela noite. A mulher eu já encontrei, chama-se Lídia. A casa ainda é um sonho. Veja essa imagem não só como um sinal de que devo me isolar cada vez mais ao longo de minha vida, mas como forma de fugir de 'uma tristeza não recomendada', bem comum aos melancólicos como eu.

terça-feira, 22 de março de 2011

O Mundo em Pausa

Uma semana de cama, entrevado. Pensei que isto só acontecesse em filmes. Na última segunda-feira, no início da manhã quando tomava café no sofá, fui me levantar e simplesmente não consegui. Fiquei travado, com uma dor que nunca tinha sentido antes.

Ia trabalhar, estava tranquilo e, de repente, o mundo ficou em pausa. Já desejei muitas vezes parar o mundo e descer um pouco pra descansar, mas nunca pensei em ficar de cama em posição de estátua.
Foi uma peregrinação pelos hospitais e clínicas ortopédicas. Todos lotados. Na Unimed tinha 30 pessoas para o ortopedista. Um rapaz depois veio me dizer que até meio-dia ainda tinha 10. Decididamente não adoeçam na segunda pela manhã.

Consegui por meio de um fisioterapêuta amigo meu um diagnóstico. Inflamação nos ligamentos das vertebras lombares 1 e 2. O doutor que só me atendeu às quatro da tarde analisou e confirmou que a inflamação foi causada por uma entorse.

De fato, fiz estripulias na tarde do domingo. Por umas duas horas joguei o meu afilhado para cima e para baixo e me joguei no chão. Meu fisioterapêuta disse que como meus músculos do abdômen não estão fortes a coluna não suportou o rojão.

Na terça à tarde até febre tive por causa da inflamação. Na cama até a próxima segunda. Lídia, minha namorada, quer que eu não brinque mais deste jeito, mas eu acho que o problema é minha falta de exercícios.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Twitter, o cruel: a revolta dos espectadores

Na continuação da publicação sobre a fantástica e cruel ferramenta chamada Twitter, remeto à apuração das notas das escolas de samba do Rio de Janeiro.

Quem assistiu pôde ouvir que o áudio-ambiente na Marquês de Sapucaí foi cortado desde o meio da transmissão. O Twitter pipocou com o "libera o áudio, Globo". O fato é que a Rede Globo deu uma atenção um pouco maior à Beija-Flor (comprovado em números de participações em programas e reportagens). O resultado foi uma torcida gritando: "Ei, Globo, vá..."

Como natural, a Globo não quis passar aos telespectadores essa manifestação de revolta.
Este fato era impensável anos atrás. Episódios de torcedores xingando veículos de comunicação eram mais comuns para rádios, afinal o ouvinte também estava vendo o que os locutores falavam. Não é estranho ainda você ver uma massa no campo se virando para a cabine de uma rádio e perguntando se os narradores e comentaristas estão loucos.

Existiam situações em que se 'malhava' televisões e, muito raramente, jornais, mas eram mais direcionada a narradores, como o famoso protestado Galvão Bueno, com seus históricos "Cala Boca, Galvão!" e o sempre presente "Ei, Galvão, vá ..."

Contra as TVs, as manifestações eram mais frutos de uma reportagem mal-feita ou tendenciosa, a não exibição de um lance polêmico, ou ainda de repercussão de uma transmissão totalmente voltada a times grandes ou do eixo Rio-São Paulo. Em Minas Gerais, a reclamação é total.

Para ser mais claro: só depois de ver a reportagem do dia seguinte, é que havia um protesto de torcedores contra a emissora na partida subsequente.

ISSO MUDOU! Celulares com TV e o Twitter trouxe o retorno imediato ao que se faz em jornalismo e entretenimento no mundo. Os torcedores das outras escolas de samba se expressaram instantaneamente a uma 'provável balançada' da Rede Globo para a Beija-flor.

Expressões nada educadas explodiram no Twitter e ficaram entre as mais comentadas do mundo. Outras podem até constar neste 'post': "Beija-Globo", "Globo para de torcer", "Já sabemos quem vai ganhar", "Enredo da Beija-Flor próximo ano será sobre a Globo" e muitas reclamações.

Jogos de futebol nem se fala. É o comentarista dando sua análise e o Twitter respondendo. Meu amigo, o jornalista Roberto Boroni, diz que se o Sportv desse bola pro Twitter nem Sérgio Noronha nem Paulo César Vasconcelos comentariam partida alguma na vida.

No jogo Botafogo x Fluminense, pelo primeiro turno do Carioca deste ano, as lambanças do árbitro Gutemberg de Paula Fonseca eram alvo dos revoltados torcedores. Todo tipo de xingamento. Noronha comentava e concordava com as 'loucuras' do juiz. No Twitter: Gutemberg e Noronha disputavam a atenção dos twitteiros com todo o carinho que eles eram capaz de ter ao se verem injustiçados. "Cegos" era o apelido mais 'tchuck-tchuck', fofinho e delicado.

Tenho absoluta certeza de que se o torcedor que se expressa em Twitter, blogs e fóruns tivesse a mesma dedicação ao que fazem o poder público tudo estaria mais 'eficaz' na política brasileira. Eu vejo esses canais de comunicação como extremamente perigosos e NECESSÁRIOS tanto para a comunicação, para o empresário, para o agente público, quanto para a democracia.

O Twitter é tão importante que quem citou a visita do Obama no Brasil passou a ser 'seguido' pelo Força Aérea 1 no Twitter. Isto é comunicação, amigos; isto é tornar comum uma ação. Mesmo que o pensar da população, torcedor e espectador seja muitas vezes injusto e... cruel. Viva a esta revolta! Como dizia Albert Camus: Revolto-me, logo existo!


domingo, 20 de março de 2011

Twitter, o cruel: 'troque os óculos Waldemir'

Numa transmissão de um jogo do CSA-AL pelo Campeonato Alagoano deste ano, a TV Pajuçara foi bombardeada pelo Twitter após não passar o 'replay' de um lance polêmico, num possível pênalti não marcado. O aparelho que reprisa a jogada travou e o torcedor-espectador se viu louco com a "falta de profissionalismo", "negligência", "displicência" e da "regateanidade" da retransmissora da TV Record.
Houve até um ex-secretário de Estado do Esporte que mandou uma mensagem desaforada ao comentarista o acusando de 'analisar o jogo torcendo contra o CSA'. O detalhe: nenhuma acusação teve razão, uma vez que comprovadamente o aparelho travou (aconteceu isto na última sexta-feira na TV Bandeirantes também) e todas as reclamações foram feitas de modo nada educado.
Um amigo meu, o jornalista Waldemir Rodrigues, que comentava pela Rádio Gazeta, também foi muito criticado por dizer que não houve pênalti no lance. Em um comentário engraçado, um ouvinte 'twitteiro' pediu ao comentarista: "troque os óculos, Valdemir!". Detalhe 2: Valdemir tinha acabado de trocar de óculos dois dias antes. Será que não funcionou? Bem, eu também assistia ao jogo e, embora seja suspeito por ser regateano, não achei que foi pênalti.
A relação comunicador e ouvinte sempre foi muito interessante. Quase todo mundo já conversou, brigou e concordou com o profissional seja da TV ou da Rádio ou... Na época de estagiário da TV Gazeta, eu estava perto do telefone durante a exibição do ALTV, quando atendi e vi uma telespectadora revoltada com o apresentador Filipe Toledo, por ele não repetir o nome do entrevistado, por meio do Gerador de Caracteres - a legenda. Como se sabe, não é o Filipe que coloca o 'letreiro'. Mas isso mostra como nosso trabalho é 'íntimo' da população.
Somos cobrados todos os dias, muitas vezes injustamente, até por falta de conhecimento. E o Twitter trouxe este retorno de forma muito mais ágil e... cruel.


segunda-feira, 14 de março de 2011

O Bom Ouvinte


Nos primeiros dias de faculdade de Jornalismo fiz uma viagem que mudou minha vida, principalmente a profissional. Era um congresso de profissionais em Natal. Quando cheguei lá, no início da noite, saí da pousada para tomar um refrigerante e me deparei no balcão de uma lanchonete com um senhor de idade que parecia um pouco embriagado.
Este senhor, como provavelmente o fazia todos os dias com outras pessoas, pegou-me para ouvinte. Uma simples Coca-Cola de garrafa durou mais de hora de conversa. O papo não era tão cativante, mas sentia que devia escutá-lo até o fim. Ele contou sobre a própria vida, falou da distância da filha por causa do alcoolismo, relatou o que fazia todos os dias sempre saindo de casa para beber e, por fim, calou-se.
O que mais me surpreendeu neste breve momento um pouco estranho para mim foi a última frase deste senhor moreno, com cabelos e barba grisalhos e aparência quase de um mendigo. Ele encerrou o papo me perguntando o que eu era. Disse-lhe que era estudante de Jornalismo. E a resposta me marcou até hoje:
"Você será um bom jornalista. Você sabe escutar".
A associação de um bom ouvinte a um bom profissional ainda não era muito clara para mim naquele momento. A associação de bom ouvinte a uma pessoa mais hábil em tudo na vida também não foi forte para mim ainda por um bom tempo, depois do episódio.
Nunca mais vi aquele senhor, mas ele sempre está em meus pensamentos. Eu não ando ouvindo as pessoas, o mundo, a mim mesmo muito bem. Tem dias assim... E quando não sou um bom ouvinte...
Saber ouvir é mais que uma arte, é uma necessidade. Lembro de um filme muito legal, tipo comédia-romântica, chamado "Hich - o conselheiro amoroso". Um dos ensinamentos do conselheiro é tão básico que deveria ser dado na pré-escola:
"Escute bem as pessoas que falam com você as olhando nos olhos e você saberá responder a qualquer coisa que ela te perguntar".
Vi numa matéria que os sentidos são bem ligados. Para sentir o gosto, a língua precisa do olfato, o ouvido mantém nosso equilíbrio e por aí vai... Creio que devo aguçar a respiração, sentir os cheiros, os gostos e ouvir melhor...E assim, saberei o que fazer, quase sempre! Tem dias assim...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um delicioso momento para mergulhar



Três filmes nos últimos meses foram marcados por enredos mais rebuscados, principalmente psicologicamente. A todos eu considero obras de primeira linha, com direito à nota máxima. Trata-se de Ilha do Medo (Martin Scorsese), A Origem (Christopher Nolan) e Cisne Negro (Darren Aronofsky).
Ouvi comentários sobre os três, depois que assisti a eles. Opiniões divididas entre uma reverência e empolgação até a uma certa revolta com a película. "Este filme me enganou", "este filme não tem lógica", "ele é cansativo", "não gostei porque o filme toma um rumo totalmente diferente".
Bem, acho que gosto é gosto. Mas gostaria de fazer a defesa desses três filmes pelo meu entendimento de cinema. Um amigo me disse uma vez que cinema é como mágica: você paga para ver alguém te mostrar algo que não existe necessariamente de modo encantador.
Entendo que quando alguém decide ver um filme, quer ser encantado. Quer ver beleza, quer ver mágica, quer ser transformado.
Todos os três filmes deixam qualquer espectador 'incomodado'. Deixa aquele gosto de "desta vez não deu pra descobrir o final". São belos em suas fotografias, te deixa sem fôlego em vários momentos e te provoca uma sensação de 'humanidade". Entenda-se como humanidade os limites de nossas mentes: todos são thrillers psicológicos que mexem com a nossa 'estabilidade' emocional.
Em Ilha do Medo, nunca é possível saber o que aconteceu e o que vai acontecer. Isso de fato nos torna fragéis. Logo nós homens, que temos tanto controle sobre nossas vidas! O fim é perfeito. Em A Origem, nossa mente é bagunçada como realmente acontece nos nossos sonhos. Em Cisne Negro, além da incrível técnica artística, somos levados a entrar na mente da personagem da fantasticamente perfeita Natalie Portman.
Filmes para entrar na lista de obras-primas como Quero ser John Malkovich (Spike Jonze) e O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança (Michel Gondry).
Eu recomendo que vejam esses filmes com olhar de espectador de um número mágico. Queiram ser surpreendidos, queiram ser enganados, porque esta emocionante confusão dura, em média, duas horas inesquecíveis. Delicioso momento para mergulhar.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A nova composição

A nova Assembleia Legislativa de Alagoas tem seis deputados do PSDB, 3 do PMDB, 3 do PDT, 3 do PT, 2 do PPS, 2 do DEM, 2 do PTB, 2 do PTB. PMN, PRTB, PSC e PTN tem um parlamentar cada.
O que esses números representam ainda é pura especulação. O anúncio de 20 deputados num grupo governista para a Mesa Diretora pode ser um sinal de uma grande maioria de apoio ao Executivo.
Só que quando se fala de oposição em Alagoas nos últimos anos nem sempre sete são sete. Com exceção de uns poucos deputados que votam contra até quando concordam com o poder Executivo, estamos acostumados a ver parlamentares bem alinhados à vontade do governador.
Teoricamente, a ALE de Alagoas para a legislatura 2011 a 2014 tem sete deputados que 'implicariam' com os pedidos do Executivo. Parlamentares que têm uma função mais crítica, necessária, porém que exige responsabilidade.
A renovação de 44% na Casa é um pedido da sociedade por mais presença às sessões e mais independência entre os poderes.

Distração

Hoje lembrei de um episódio da série de TV "Heroes" intitulado "Distrações". Nele, o jovem personagem Hiro Nakamura recebe uma lição do pai por causa das últimas falhas. As falhas aconteceram porque ele perdeu o tempo das ações ao estar distraído.
O episódio me marcou porque me sinto um pouco como Hiro Nakamura daquele capítulo. Distração é quando aparece uma coisa que você quer muito justamente na hora em que é preciso estar concentrado em uma ação. Você está querendo emagrecer e seu melhor amigo promove uma feijoada. Você tem que terminar um texto e aquela gatinha que você tanto paquerou acaba de te convidar pra sair só os dois. Você deve ler um livro e os seus amigos vão fazer um campeonato de PS3 (esta foi bem particular... rrsrs).
Pois bem, hoje é o primeiro dia de fevereiro, é também o primeiro dia de retorno ao trabalho, e diria até que é o primeiro dia do ano, já que a vida começa no trabalho. E acordei naquela preguiça, aquela moleza de quem tem medo do que vai acontecer. 2011 é um ano bem singular, quando tudo pode dar certo ou dar errado ou nada.
No entanto, uma coisa é certa. Será um ano de muito trabalho e tudo que não se quer são distração. Manter-se focado é extremamente necessário para que tudo der certo. Então, eu desejo para mim mesmo um ano bem concentrado, bem sortudo e feliz com as pessoas que eu amo do meu lado.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Livros 2011 - (1) - "A Menina que Brincava com Fogo", Stieg Larsson


Eu tive uma agradável surpresa no final de 2009 e início de 2010. Durante o recesso parlamentar, passei num sebo e comprei um livro que tinha uma capa muito legal e um título intrigante. Bem, não lembro se já tinha ouvido falar dele antes alguma vez, mas quando o encontrei tratei de adquiri-lo. O livro se chamava "Os Homens que não Amavam as Mulheres", de um sueco chamado Stieg Larsson.
As primeiras 100 páginas eram chatas, densas e excessivamente descricionista. Só que a sinopse me falava de um romance policial e me senti atraído. Na contracapa, os críticos reforçavam que quando o livro engrenava não havia como largar. E isso se confirmou.
Stieg Larsson conduz uma narrativa instigante e reveladora sobre um crime econômico e também sobre um misterioso desaparecimento da sobrinha de um megaempresário. Como protagonistas, um jornalista e uma hacker.
A história é incrível e você só para quando resolve o caso (!). O livro faz parte de uma decalogia, que por causa da morte do escritor transformou-se em apenas e infelizmente uma trilogia. Já foram vendidos quase 30 milhões de exemplares.

Janeiro/2011 - A Menina que Brincava com Fogo

O segundo volume eu comprei ainda no início de 2010. Como eu sou uma pessoa de humor inconstante, terminei adiando a leitura das 600 páginas dele. Por coincidência, ele veio às minhas mãos no início do recesso parlamentar do ano passado, ou melhor, nos últimos dias.
Assim como o primeiro romance da saga, "A Menina que Brincava com Fogo" demora a pegar. São desta vez quase 200 páginas de descrição e considerações. Stieg Larsson parece se deliciar com detalhes infrutíferos dos personagens mas que você termina por gostar deste jeitão sueco com um tempo. O livro é tão bom quanto o primeiro e eu fiquei satisfeitíssimo. Agora, a hacker Lisbeth Salander é acusada de triplo homicídio e vai precisar da ajuda do jornalista Michael Blomqvist para se safar.
Confesso que é delicioso ter um "companheiro de trabalho" como protagonista, mas o que é mais legal, para mim, é que os livros são romances no meio de uma matéria jornalística. Você sente a investigação da imprensa e o melhor você percebe que os problemas de fato existem.
Em "Os Homens que não Amavam as Mulheres", Stieg Larsson aborda a violência doméstica contra mulheres na Suécia, com dados escandalosos. No segundo, ele conta o problema do tráfico de mulheres para a rede de prostituição do país. Na Suécia, grande parte das garotas de programa veio do Leste Europeu e de forma exploratória, num regime de escravidão e muita violência. Os clientes desses mercado: empresários, policiais, promotores, juízes e jornalistas, entre outros.
Com o perdão a um pecadinho cometido no final da segunda parte, o escritor escreve com bastante precisão e criou uma obra muito consistente. Vale demais a pena ler. Vamos agora planejar o terceiro.

Série "Você ainda vai encaixar isso numa conversa" (1) - Vituperar

Em 2011, começo já com uma nova série. A série "Você ainda vai encaixar isso numa conversa". Sabe aquela palavra que se você fala com tranquilidade faz com que todo mundo se sinta burro? Pois é, exatamente. Vai não vai aparecem uns vocábulos bem Gilbertogilsiano e que dá uma vontade de encaixar numa frase. Às vezes a conversa não tem nada a ver. Fala-se de futebol e você entra com "parece um trabalho feito com 'bauxita'". Detalhe: Bauxita se pronuncia com o som de "z" e isso faz toda a diferença.
Mas vamos começar a série mais irritante com a palavra "vituperar".
Vituperar significa dizer injúrias. Então, recomendo você a reclamar de alguém assim: "Aquele cara só vivia vituperando"
Afinal, você ainda vai encaixar isso numa conversa.