quinta-feira, 10 de junho de 2010

Era apenas um menino


Era um menino, ainda sem rosto

Sofria de um grave descolamento

de alma e corpo,

O amor de Anabella era espelho

Alento e desalento da sombra desconhecida

Pecado que nem mesmo ele podia vê-lo

Mas era só um menino, de imagem retorcida

Talvez menos que menino

Sobre as confusas linhas da vida

O ondear de seus sonhos fugindo

Para a valsa dos famintos

De amor, de atenção, o opaco reluzindo

Sabe-se que ele em vários dias brilhou

Girou, errou, repetiu

E depois a si mesmo apagou

O que se esperava dele, numa roda gigante

O vaguear de um louco

Mas há de se dizer que era apenas um menino grande

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