segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Um delicioso momento para mergulhar



Três filmes nos últimos meses foram marcados por enredos mais rebuscados, principalmente psicologicamente. A todos eu considero obras de primeira linha, com direito à nota máxima. Trata-se de Ilha do Medo (Martin Scorsese), A Origem (Christopher Nolan) e Cisne Negro (Darren Aronofsky).
Ouvi comentários sobre os três, depois que assisti a eles. Opiniões divididas entre uma reverência e empolgação até a uma certa revolta com a película. "Este filme me enganou", "este filme não tem lógica", "ele é cansativo", "não gostei porque o filme toma um rumo totalmente diferente".
Bem, acho que gosto é gosto. Mas gostaria de fazer a defesa desses três filmes pelo meu entendimento de cinema. Um amigo me disse uma vez que cinema é como mágica: você paga para ver alguém te mostrar algo que não existe necessariamente de modo encantador.
Entendo que quando alguém decide ver um filme, quer ser encantado. Quer ver beleza, quer ver mágica, quer ser transformado.
Todos os três filmes deixam qualquer espectador 'incomodado'. Deixa aquele gosto de "desta vez não deu pra descobrir o final". São belos em suas fotografias, te deixa sem fôlego em vários momentos e te provoca uma sensação de 'humanidade". Entenda-se como humanidade os limites de nossas mentes: todos são thrillers psicológicos que mexem com a nossa 'estabilidade' emocional.
Em Ilha do Medo, nunca é possível saber o que aconteceu e o que vai acontecer. Isso de fato nos torna fragéis. Logo nós homens, que temos tanto controle sobre nossas vidas! O fim é perfeito. Em A Origem, nossa mente é bagunçada como realmente acontece nos nossos sonhos. Em Cisne Negro, além da incrível técnica artística, somos levados a entrar na mente da personagem da fantasticamente perfeita Natalie Portman.
Filmes para entrar na lista de obras-primas como Quero ser John Malkovich (Spike Jonze) e O Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança (Michel Gondry).
Eu recomendo que vejam esses filmes com olhar de espectador de um número mágico. Queiram ser surpreendidos, queiram ser enganados, porque esta emocionante confusão dura, em média, duas horas inesquecíveis. Delicioso momento para mergulhar.

2 comentários:

  1. Acho que se você fizesse o "A origem" ele poderia sair menos confuso...
    Quanto aos outros, todos maravilhosos.

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  2. Eis que eu esbarro por aqui, finalmente. Adorei Cisne Negro, a Ilha do medo é chocante e ainda não vi a Origem. O endereço do blog não está no seus dados de perfil do twitter, é opção? Beijos

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