terça-feira, 10 de janeiro de 2012

À Espera de um Leviatã

São poucos os jornalistas em Alagoas que podem afirmar estar seguro em sua profissão. Não quero entrar na questão se se faz jornalismo ou não no Estado, mas de segurança em trabalhar.
E quero logo taxar o seguinte: o ser humano adoece se está sob o estresse permanente. E quando não se tem segurança, se adoece um pouco a cada dia. É como fumar, ninguém sabe quando, mas sabe que vai adoecer um dia quando se convive com este hábito.
O jornalismo é um vício, é uma paixão. Ele te consome de várias maneiras, mas te consome.
Vivemos tempos de instabilidade. Após décadas de afirmação, entre 70 e 90, passamos por tempos que dá vontade de cantar um reggae, na balada de "vamos, amigo, lute, que a gente acaba perdendo o que já conquistou".
Após a perda do diploma, a cama d'água da inexistência da Lei Geral de Imprensa, as contantes ameaças às empresas de comunicação, a sistemática demissão de profissionais nas redações e falta de reserva de mercado, com a entrada descontrolada de centenas de recém-formados no mercado... penso que Hobbes estava um pouco certo: "Onde não existe governo, haverá uma competição que leva ao medo, à inveja e à disputa. E com esta descofiança, perde-se a segurança de confiar no outro e na busca pela glória, derruba-se o outro pelas costas".
Estamos à espera de um Leviatã.

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