segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O fogo do MSN

Sinto bastante! Nos últimos cinco anos não houve evolução nem de chefe nem da maioria de profissionais sobre comunicadores instantâneos. Não é mais uma pergunta se MSN, Orkut, Facebook, Twitter prejudicam o trabalho. É uma certeza: a que não. Os comunicadores instantâneos não atrapalham nenhum serviço. Ao contrário, eles ajudam e eles são o futuro das empresas.

Não entro mais na discussão custo/benefício. Ferramentas como o Messenger diminuem em larga escala o gasto com telefonemas e o tempo perdido em um telefonema. Só que muito mais que isto, o MSN mantém uma rede enorme de contatos o tempo inteiro conectados. Um exemplo simples: dois produtores de uma televisão precisam de alguém que tenha diabetes para uma matéria sobre o tema. Quem conseguirá de forma mais rápida: o que está ao MSN ou o que vai ligar para vários amigos? Dica: o do MSN vai abrir mais de 20 janelas de diálogo em menos de cinco minutos. Conseguem advinhar?

Outro exemplo: um empresário pode consultar informações, público-alvo, como os clientes estão se comunicando... tudo isso pelo Orkut, nas comunidades temáticas. Remeto ao jornalista Alexandre Hohargen, atual presidente da Google América Latina, em um artigo para Folha de São Paulo:

"No Brasil, o exemplo clássico é o relançamento de Deditos, famoso chocolate da Nestlé, após a constatação de que milhares de pessoas em diferentes comunidades do Orkut pediam a volta do produto ao mercado. Que grande oportunidade a empresa teria perdido caso seus funcionários não pudessem monitorar o que acontece do lado de fora de suas catracas. Nos EUA se utiliza de profissionais especializados em monitorar e responder a comentários, vídeos outros conteúdos referentes a seus produtos em blogs, microblogs, sites de vídeos etc. Várias outras empresas líderes em suas áreas de atuação estão fazendo o mesmo.

A morte do cantor Michael Jackson foi noticiada em primeira-mão pela CNN. O produtor viu uma mensagem no Twitter de um amigo que mora em frente à casa do astro: “Uma ambulância acaba de sair da casa de Michael”.


A relação ‘Atraso na Produção’/ ‘Atraso Mental’


No mesmo artigo, o jornalista Alexandre Hohargen escreve algo que eu falava muito a amigos. Quem gasta o tempo no MSN conversando, deixando de realizar o trabalho ou criando problemas para a empresa, o faria e o faz de outras formas quando se proibe os comunicadores instantâneos na empresa.

Afinal, na minha opinião, funcionário que perde produtividade por causa da internet, perderia também na copa tomando cafezinho e falando da vida dos outros.

Uma pena que, até hoje, chefes fracos tomem como postura de melhorar a produção no trabalho a proibição dos comunicadores. É falta de comando você não manter sua equipe focada. Quando seus subordinados perdem produção por causa do MSN, Orkut, Twitter ou algo que o valha é porque ele não despertou para a real função dessas ferramentas e não está comprometido com esta produção. Hoje poucos lugares têm maturidade para o assunto. Lembram-me muito o que os historiadores contam sobre o fogo.

O homem tinha medo do fogo e, sempre que um raio produziam uma chama, ele tratava de urinar em cima ou jogar água para apagar aquela ameaça. Um dia um homem teve a ideia de pegar o fogo e espantar inimigos, cozinhar, se aquecer. E logo após passaram a fazer o fogo. Eu quero estar vivo para ver os chefes pedirem aos seus comandados para que acendam o fogo da produção que pode ser feito pelos comunicadores instantâneos, sem medo de se queimar.

Um comentário:

  1. Verdade. As pessoas são atrasadas de natureza, não são as redes sociais que impedem o trabalho. Atrasado é aquele que não se recicla.

    ResponderExcluir