segunda-feira, 11 de abril de 2011

Aos melancólicos, uma tristeza não recomendada

"Você pagou com traição a quem sempre te deu a mão"... verso de um samba famoso de Jorge Aragão é sempre cantado quando há uma desilusão com alguém o qual você dedicou seu tempo, sua força, sua amizade...
Hoje estou um pouco triste. Digo pouco porque minha desilusão é com alguém que me desilude há muito tempo. Digo pouco porque tenho ao meu lado muita gente leal e companheira. Mas sempre dói uma desilusão. E nem sei se é desilusão, já que não havia mais ilusão. Talvez, decepção. Não... não! O que seria então?
Talvez 'negação'. Aquela melancolia que dá quando você não aceita que as coisas sejam como são. Aquela tristeza fina, duradoura, que machuca como o dedão do pé doído, que na minha infância chamávamos de 'dedo desmentido'. Era aquele machucado que passava e voltava várias vezes, não havia fratura, mas incomodava.
Pois estou assim. Meio mole. Não queria me sentir 'esmagado' pelas situações de uma pessoa que se diz incansavelmente que é amiga, mas que ferquentemente me engana. Hoje, mais uma vez, me prometi que vou me afastar. Não queria. Além de gostar dela, gosto do que os anos construiu com ela. Só que vou pro buraco se não pular do carro. As avarias ainda são pequenas.
Recentemente, já me senti triste com outra pessoa, também amiga. Embora presente em todos os momentos, ou quase todos, ela 'só faz o que quer'. Não é absurdo 'só fazer o que quer'. Porém, tenho problemas em dizer 'não', já diria um amigo. Eu penso que se todos só fizerem o que se quer, a vida vira uma merda.
Sei que o relato que faço neste 'post' é uma chatice. Ninguém merece ler. Mas o blog é meu, tem a intenção de ser um canal para eu escrever o que eu penso, o que é raro em minha profissão... e principalmente, eu me sinto impelido a 'fazer o que eu quero'. É raro eu ser assim tão invasivo.
Tenho um sonho: uma casa de praia com a mulher que eu amo, tomando uma cervejinha pela manhã, dormindo e acordando pra tomar um vinho pela noite. A mulher eu já encontrei, chama-se Lídia. A casa ainda é um sonho. Veja essa imagem não só como um sinal de que devo me isolar cada vez mais ao longo de minha vida, mas como forma de fugir de 'uma tristeza não recomendada', bem comum aos melancólicos como eu.

Um comentário:

  1. Não podemos esperar que os outros façam o que faríamos, mas fazemos nossa parte. Quanto a melancolia, sei que passa. E quanto a NOSSA casinha, um sonho cada vez mais perto!! E a sorte é minha de ter uma pessoa tão maravilhosa. Continua escrevendo seus sentimentos, sempre muito bom!

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